Panorama setorial
No cenário internacional, o segmento de Defesa é estratégico para a soberania e independência política e se caracteriza como um dos mais dinâmicos, por envolver um processo contínuo de pesquisa, desenvolvimento e inovação em escala industrial.
O atual aumento dos movimentos nacionalistas leva as nações a buscar maior independência e soberania, assim como à criação de blocos regionais. Esses países isolados ou os blocos regionais buscam reforçar seus sistemas de defesa para estabilização de suas fronteiras e como elemento de dissuasão de conflitos.
A mudança de postura dos Estados Unidos e o fortalecimento de países como China, Rússia e Índia levam seus vizinhos a reforçar a sua independência tecnológica e a busca de fornecedores alternativos não alinhados e não dependentes dos fornecedores tradicionais.
A dependência tanto civil quanto militar em relação à exploração espacial continua crescente. O acesso a imagens, sinais, meios de comunicação e de sistemas de posicionamento global, entre outros, incrementar-se-á, assim como o processamento de informações a partir de dados coletados e veiculados pelos satélites. O desenvolvimento e a soberania das nações dependerão do domínio da tecnologia espacial.
Como efeito adverso da ampliação de usuários e aumento da capacidade dos sistemas de comunicação e informação, há um incremento de ataques cibernéticos promovidos por atores e organizações, de cunho ideológico ou não. Com isso, há necessidade de incremento da proteção para sistemas de comunicações e informações.
A exploração dos domínios globais comuns – oceanos, espaço aéreo, espaço exterior e espaço cibernético – provavelmente se restringirá a alguns países e aqueles que não possuírem tal capacidade deixarão de utilizar e ter acesso a recursos associados e dependerão da compra de serviços.
Regiões conflituosas na África, Ásia e Oriente Médio continuam a apresentar problemas de instabilidade política e conflitos decorrentes, havendo corridas armamentistas para incremento de forças de manutenção de paz.
Países incapazes de desenvolver tecnologias que elevem seu poder dissuasório em função dos elevados custos e conhecimentos necessários, buscam formas de alianças para obter tais capacidades, uma vez que as forças armadas continuarão dependendo de tecnologia avançada para emprego eficaz.
Tanto países emergentes quanto desenvolvidos modernizam suas forças no sentido de dotá-las ou de aperfeiçoar seus sistemas espaciais (satélites e armas antissatélites), de defesa aérea (radares, aeronaves, mísseis ar-ar e ar-superfície, defesas antiaéreas), de mísseis superfície-superfície (balísticos e de cruzeiro), veículos e artefatos furtivos e/ou remotamente pilotados (aéreos, terrestres e navais), submarinos, embarcações de superfície rápidas, além de suas redes de computadores, tornando-as mais seguras e capazes de efetuar ataques cibernéticos. Tudo visando projetar poder e se defender de tal projeção.
No âmbito nacional
A fisiografia brasileira – ao mesmo tempo continental e marítimo, de longa fronteira terrestre com quase todos os países sul-americanos e de extenso litoral e águas jurisdicionais – confere ao país profundidade geoestratégica e torna complexa a tarefa do planejamento geral de defesa.
Os valores destinados à defesa nacional praticamente acompanharam as tendências mais gerais de crescimento da economia brasileira e, consequentemente, do orçamento governamental no período, sem alterar de forma significa sua representatividade nesses totais.
Por meio de programas nacionais e parcerias estratégicas, o governo brasileiro tem incentivado a retomada dos investimentos na indústria de Defesa Nacional.
Por meio dessas iniciativas, espera-se consolidar as excelências desenvolvidas no setor, incentivar o progresso tecnológico do país e diminuir a dependência de suas Forças Armadas em relação a fornecedores externos.
Somado a isso, o setor de Defesa no Brasil vivenciou nos últimos anos um intenso processo de consolidação o que gerou expectativa positiva em relação aos novos projetos no setor.
Além de ser fundamental para a garantia da soberania do país, a Base Industrial de Defesa desempenha importante papel econômico, pois é uma grande geradora de empregos qualificados e inovações tecnológicas. Ademais, grande número destas inovações apresenta uso dual, sendo utilizada também para fins não militares.
Atualmente, o Brasil conta com uma BID em pleno processo de renovação, o que vem permitindo ao país estar cada vez mais competitivo no mercado internacional. Os equipamentos produzidos pela indústria nacional de defesa apresentam crescente capacidade tecnológica e estão presentes nas mais diversas áreas, desde alimentos, como a ração operacional, até armamentos, munições, blindados, paraquedas, radares e aeronaves de grande porte, por exemplo.
Três setores tecnológicos são considerados estratégicos para a defesa nacional: o nuclear, o cibernético e o espacial.
Esses setores estratégicos apresentam elevada complexidade, de forma que requerem estreita coordenação e integração de diversos atores e áreas do conhecimento.
Para se opor a possíveis ataques cibernéticos é buscado um constante aperfeiçoamento da capacidade de comando, controle, monitoramento e do sistema de inteligência dos órgãos envolvidos na Defesa Nacional.
Pelo histórico e atual estágio de desenvolvimento de suas atividades espaciais, o Brasil ainda é dependente da contratação de serviços estrangeiros, sendo provável que a aceleração de investimentos e iniciativas governamentais gradualmente diminuam a dependência externa de serviços, que poderão ser interrompidos pelos fornecedores conforme seus interesses.
| Desempenho operacional 201-1 | 2018 | 2017* | 2016 |
| Receita operacional líquida (R$ mil) | 627.939 | 1.672.000 | 1.391.000 |
| Receita líquida por empregado (R$ mil) | 334 | 902 | 766 |
| Margem líquida (%) | 5 | 15 | 18 |
| EBITDA (R$ mil) | 19.870 | 460.934 | 424.819 |
| Margem EBITDA (%) | 3 | 28 | 31 |
| Valor econômico retido (R$ mil) | 365.173 | 946.863 | 698.966 |
| Valor adicionado distribuído (R$ mil) | 312.517 | 763.173 | 742.426 |