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A Avibras Indústria Aeroespacial e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) assinaram nesta segunda-feira, dia 27 de janeiro, um contrato de transferência de tecnologia, que concederá à empresa licença para a produção e comercialização do VSB-30, veículo suborbital de maior sucesso no Programa Espacial Brasileiro, no que se refere a número de lançamentos.

Já foram efetuados 31 lançamentos, todos com sucesso, sendo quatro a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão e 27 lançados a partir do Centro de Lançamento de Esrange na Suécia. A plataforma serve para testes de experimentos com aplicações em satélites, veículos espaciais e indústria farmacêutica.

Este contrato de transferência de tecnologia vai permitir a continuidade de industrialização e comercialização do VSB-30 com aperfeiçoamentos tecnológicos, além de promover uma aceleração no desenvolvimento de veículos lançadores nacionais competitivos internacionalmente, para microssatélites.

Desenvolvido pelo IAE, fruto de cooperação entre Brasil e a Alemanha, o VSB-30 é lançado por sistema de trilhos, estabilizado por empenas e possui indutores de rolamento que são acionados quando o veículo deixa os trilhos, contribuindo para a sua estabilidade durante o voo. Possui dois estágios a propulsão sólida e permite o transporte de cargas úteis científicas e tecnológicas de até 400 quilos a uma altitude de 270 quilômetros, além de possibilitar a realização de experimentos em ambiente de microgravidade durante seis minutos.

O VSB-30 é certificado, qualificado e considerado seguro, confiável e estável. Por essas características, o VSB-30 possui excelente aceitação no cenário internacional de veículos suborbitais e torna-se pioneiro no processo de transferência tecnologia espacial no Brasil.

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Competências - Com sua expertise no setor aeroespacial no desenvolvimento de soluções tecnológicas nacionais, que remontam desde a pioneira participação no Programa Espacial Brasileiro, a Avibras é a única empresa 100% brasileira de capital privado, com competências próprias para integrar veículos lançadores e suborbitais para o Programa Espacial Brasileiro.

Para o vice-presidente Comercial da Avibras Leandro Villar, é um privilégio para a empresa receber um produto de sucesso e consolidado no mercado. Segundo ele, a iniciativa também fortalece a tríplice hélice, conceito que aponta a ação conjunta entre empresa, academia e governo como o caminho para a inovação tecnológica e o desenvolvimento econômico do país. “Com esse programa, queremos ampliar o protagonismo do Brasil na área espacial impulsionando o Programa Espacial Brasileiro, além de gerar empregos”, destacou Leandro.

Atualmente a Avibras também participa do desenvolvimento e da fabricação dos motores foguetes S50 do Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1) no âmbito do Programa Nacional de Atividades Espaciais da Agência Espacial Brasileira (AEB). Segundo ele, o Brasil pode desempenhar papel relevante no mercado Espacial, pois adquiriu diversas competências através de Pesquisa e Inovação no setor Espaço ao longo de quase seis décadas, desenvolveu uma base industrial competente e possui uma base de Lançamento em Alcântara (CLA), com posição geográfica privilegiada, fatores poucas vezes reunidos num único país.

O Diretor-Geral do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar Luiz Fernando de Aguiar, destacou que é um momento ímpar para o Brasil. “Estamos transferindo para a indústria um produto já testado e com tecnologia brasileira. Cumprimos inteiramente o ciclo de maturidade do produto”, declarou.

De acordo com o diretor do IAE, Brigadeiro César Demétrio Santos, a Avibras conduzirá o projeto com competência. “É a consolidação de um sonho. Essa aproximação com a indústria é essencial para o fomentar o Programa Espacial”, destacou.

O Major-Brigadeiro do Ar Hudson Costa Potiguara, que assumirá a direção do DCTA nesta semana, disse que parcerias como essa fortalecem a indústria. “Vejo brilhantismo nesse empreendimento. A Avibras é uma indústria forte, parceira constante do DCTA, que tem como uma de suas missões ser indutor da indústria”.

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